Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Artimanhas da memória: doces surpresas do amor - De uma maneira geral, atualmente, o repertório de estímulo da minha mãe, aloja-se nas lembranças da sua infancia. Nela, a sua família nuclear, a escola de origem italiana e alguns fatos engraçados compõem os registros evocados.Através deles, conversamos, sorrimos e mantemos a nossa prosinha diária. No entanto, há dois fatos que merecem ser trazidos nesse contexto, pois fazem parte de um tempo que a memória da minha mãe preservou. O primeiro, consiste no meu reconhecimento, demonstrado com o sorriso que sempre me recebe, o meu nome verbalizado todas as vezes que nos encontramos, inclusive o Helena que completa o Vera. Um sorriso que vale por tudo e me impulsiona a cuidar com um amor incondicional e devotado. O outro, fica por conta da alegria cantada, sem lapso algum na letra, quando ouve a "sua" música. No caso, O Bêbado e o Equilibrista. Esta última, sempre foi entoada em sua homenagem, posto que todos sabiam da sua preferencia. Retomando: foi esta a música que, quando na festa dos seus 80 anos, ela bailou no centro da roda, elegantemente trajada naquele lindo vestido verde; tal e qual uma borboleta no instante da descoberta do vôo a ser atingido onde deseja alcançar!!! Instantes que valem por uma vida tão intenso é o amor que percorre no meu corpo, alma, mente e coração, dos quais agradeço na mesma intensidade e emoção.Beijos e grata aos meus seguidores fiéis. Vera Helena, sempre viva. 26/04/2012.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sensações, sentimentos e reações decorrentes da visita para a vovó - Domingo último, meu filho que reside numa outra cidade, visitou a minha mãe, com minha nora e netos. Todos ansiosos e saudosos para verem a bisa. Com bolachinhas para ela e muita alegria, chegaram ao local onde minha mãe vive. Meu filho, que tem uma forte ligação com ela, não conteve as lágrimas e por várias vezes teve que se distanciar a fim de se acalmar e prosseguir nas conversas possíveis.Diante do fato, com características de alegria e tristeza, creio ainda que, quando possível, situações como essas devem acontecer. Ficou visível a satisfação da bisa olhando amorosamente para o bisneto e a bisneta, inclusive comentando no tom de voz baixinho, ou seja, o que ela  consegue emitir sobre como estavam crescidos e bonitos... Instantes valiosos de ternura que com certeza se eternizaram.Beijos meus para os leitores meus, dos quais agradeço pela escuta e ombro amigos! Vera Helena, sempre viva. 24/04/2012.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A necessidade da escuta atenta e sensível ao portador - Na terça feira, dia 17, minha mãe queixou-se de dor de dente por várias vezes. Diante da queixa recorrente, a profissional responsável pelo lugar que minha mãe reside, solicitou um dentista para verificar o que acontecia. Observou-se que um dente estava quebrado e mole, sendo recomendada a sua retirada. Concordamos com o profissional, que  havia nos alertado sobre a possibilidade do dente ao lado ter que ser extraído. Isso ocorreu. No local, todos os procedimentos foram efetuados com calma, serenidade e recursos adequados. O comportamento da minha mãe foi impecável, revelando bastante colaboração no decorrer do evento. E mais uma vez percebemos, que é prudente e recomendável atentar às reclamações dos portadores, independentemente dos estágios que se encontram, já que neste caso a minha mãe foi uma integrante ativa na equipe que trabalha pelo seu bem estar e dignidade!
Por hoje, é só.Saudações carinhosas e agradecidas da Vera Helena. 19/04/12

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Mudanças necessárias - O rio corre sozinho e há alguns fluxos do mesmo que não conseguimos deter. Mas há sempre outras alternativas, das quais nos valemos diante do imutável. No caso da minha mãe querida, percebemos depois de muito observar que, não há mais como ela se alimentar ingerindo alimentos sólidos, pois tem encontrado muita dificuldade e muitas vezes; notamos que ela se esqueceu do ato de mastigar, ainda que o tempo todo fiquemos mostrando como o mesmo se processa. Os riscos desta postura incidem no engasgo, na condução equivocada do alimento, gerando com isso, comprometimentos dos quais precisamos evitar. A solução encontrada consistiu na mudança do estado e apresentação dos alimentos a serem servidos às refeições. De agora em diante, tudo será pastoso, para garantirmos que a refeição se  efetive com sucesso. E que as cuidadoras prossigam com muita paciência e vigilância no momento das refeições, já que agora são elas que oferecem pois minha mãe não tem mais forças e coordenação suficientes  para alimentar-se sozinha. Sobretudo, que enquanto equipe façamos a nossa parte para o novo ciclo que se inaugura. Diante da mudança, que a  perseverança e a esperança prevaleçam suficientemente para cada dia e sempre! Beijos e grata pelo espaço de escuta afetiva. E contem comigo para colaborar dentro do que sei e posso fazer por aqueles que vivenciam situações similares. Vera Helena, sempre viva. 11/04/2012.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dependência crescente e  novas medidas - Tenho vivenciado parte das leituras que fiz e realizo sobre o tema Alzheimer. As reações são inúmeras e nem sempre se manifestam na sua totalidade, felizmente. Pois para cada sintoma precisamos buscar atitudes que proporcionem alívio e conforto para o portador, estendendo-se para o cuidador já que a angústia é recíproca, diante do novo. E entre acertos e desacertos vale a vontade e o propósito de integrar a equipe colaboradora, garantindo melhor qualidade de vida à todas as partes. Em meio disso, tenho me flagrado em busca de alternativas viáveis para as fases que minha mãe querida tem vivenciado. Dentre elas, a melhor maneira de prosseguir levando-a à missa no local em que reside, inclusive para comungar, já que este hábito vem de muito tempo, cuja permanência tem sido positiva na rotina diária da minha mãe. Entretanto, ela tem manifestado dificuldade para engolir a hóstia, tossindo e dando a impressão que vai se engasgar. Decidimos então levar a água para, em seguida da comunhão, ela ingerir alguns goles e assim facilitar o ato de engolir. Verificaremos a eficácia da medida para darmos ou não seguimento a este costume vivenciado por toda uma vida. Por hoje é só na certeza de que as forças necessárias à esta travessia surgem no tempo e medida exatos. Um beijo, paz e bem...Vera Helena, sempre viva. 02/04/2012.