Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Mão Única

Mão Única - A cada dia que passa entendo mais o pensamento e frase " Na vida, temos duas formas de promover crescimento: pela dor e pelo amor".
Ontem, vivi essas duas ações e por amor senti muita dor diante da irreversibilidade do momento e as decisões que o mesmo envolveu. Melhor dizendo: a sonda nasoenteral que minha mãe fazia uso foi retirada para dar lugar a uma outra colocada no estômago, na região do umbigo para exercer a mesma função. A sonda anterior tem um tempo de uso e o da minha mãe expirou requerendo a atual. O risco de problemas respiratórios aumentava a cada dia, não sobrando outra medida além desta. Fiquei muito angustiada, pois o estado da minha mãe é delicado e decidir o único caminho a ser percorrido foi difícil e sofrido. Já faz tempo que não disponho de alterativa B no que se refere à saúde da minha mãe. O rumo é um só, numa estrada de mão única, na qual preciso ir, avançar e prosseguir sempre... Me foi passado que o procedimento seria simples. Para tanto, alguns exames pré operatórios foram realizados, com resultados positivos, sem nenhum impeditivo. Nos deslocamos para o hospital em torno das 12 : 45 horas. Fiquei receosa quanto à anestesia geral, pelos riscos que  oferece. Em paralelo, uma sensação de tranquilidade invadiu-me durante o tempo todo, mantendo-me calma e serena. A cirurgia em si é muito rápida e minha mãe respondeu positivamente. No mesmo dia, à noite, nós retornamos ao local onde minha mãe vive. O apoio fornecido pelas equipes do traslado e hospital atuaram suficientemente! O momento demanda situações novas, nas quais muito aprendizado e amadurecimento já se fazem presentes!  Acomodamos minha mãe e retornei para minha casa vivenciando a sensação de ter superado mais uma etapa permeada de dor e amor! Sei que a vida me conduzirá à mares a serem navegados plenamente. Beijos e gratidão da Vera Helena, sempre viva! 22/05/2014.

sábado, 10 de maio de 2014

Dia das Mães: ela é a minha mãe!

Dia das Mães: ela é a minha mãe! - O tempo nos proporciona aceitação e persistência diante do cenário que vivemos. Principalmente pelas possibilidades que dispomos.No nosso caso ( minha mãe querida e eu ) sorvemos as gotas de vida que essa mesma vida nos oferece todos os dias. Buscando palavras e pensamentos sobre a data que se aproxima, encontrei um pensamento de autoria desconhecida cuja essência aborda sobre o coração de uma mãe. O mesmo me foi enviado há 2 anos por uma afilhada muito querida e importante na minha vida. O mesmo sinaliza para o seguinte: "Quando escolhemos ter filhos, optamos por permitir que nosso coração caminhe fora da gente." Hoje mais do que nunca, entendo esse caminho além da minha mãe, pois nos exemplos de vida dela eu me formatei e tento fazer por ela o que ela fez por mim. Isso é só e é tudo! Pouco e muito, compreendendo que menos pode ser mais dependendo da maneira como encaramos os desafios cotidianos que têm no aprendizado e no crescimento os resultados dessa percepção dolorida e positiva. Assistir o sofrimento, o declínio e a precária qualidade de vida daquela que me gerou me abate bastante, mas é preciso seguir e fazer o melhor ainda que só avistemos fragilidade e saídas tortuosas.
Hoje, me flagro repetindo condutas semelhantes às que comentava e pontuava na minha mãe. O trecho da música cantada por Belchior ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais atesta essa constatação. Com certeza, o coraçãozinho dela pulsa no meu e o meu nas atitudes dos meus filhos a serem perpetuadas pelos netos que amo imensa e intensamente. Exemplos perenes!
Como mencionei no início desse texto, aceitação e persistência me alimentam e fortalecem. E na plenitude dos exemplos maternos prossigo com os encontros possíveis ainda que ela não saiba que eu sou sua filha, mas  eu sei que ela é a MINHA MÃE! Beijos e gratidão pelos que nos acolhem. Vera Helena. 10/05/14.