Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Experiências no olho do furacão.

Experiências no olho do furacão - Normalmente, testamos nossas capacidades de suficiência quando somos desafiados para tal. Isso ocorreu comigo há poucos dias atrás. Uma das cuidadoras da minha mãe abandonou o trabalho sem nenhum comunicado e justificativa. Junto disso, outras situações de ineditismo sucederam comprometendo ainda mais a minha linha de ação.Explicando: a profissional responsável pela contratação de uma cuidadora substituta estava ausente e, de acordo com a hierarquia do lugar é preciso que eu siga suas determinações. Tive o apoio das pessoas que a substituíram na urgência de localizar outra cuidadora. Durante o tempo de busca,  me deparei com questões ligadas ao cotidiano da minha mãe, agora comprometido por esse hiato na rotina e rodízio de trabalho. Assumi esse espaço e relembrei das ações que exercia enquanto cuidadora da minha mãe por quase 05 anos. Entretanto, o seu estado e estágio se modificaram e com as lembranças de tempos idos, fiz o que pude e aprendi o que não sabia. Com boa vontade, assumi essa posição. Vale mencionar que alimentá-la no refeitório não foi tarefa árdua. Pelo contrário, demonstrei uma certa familiaridade nesse gesto e ato. Assisti-la engasgar com um doce, promoveu em mim um susto e paralisação grandiosos! Oferecer a água com o espessante, ajudar a trocá-la, mudá-la de posição na cama, assim como realizar os hábitos de higiene não exigiram de mim um esforço excessivo. Tivemos momentos de muita proximidade em todos os sentidos e isso foi muito gratificante. Todavia, essa aproximação me colocou perante um cenário doloroso, porque o mesmo demonstrou claramente o estágio de dependência da minha mãe e a precariedade da qualidade da sua vida! Por muitas vezes, saí de lá muito triste e preocupada em deixá-la sozinha, perdida nos seus olhares distantes e enigmáticos. Felizmente, a nova cuidadora iniciou o seu trabalho, promovendo o retorno de uma rotina na qual minha mãe amada fica mais protegida e isso me tranquiliza muito. Como lição de vida sobre esse encontro íntimo com minha mãe, reitero que é preciso deixar o rio ( sua vida)  seguir o seu curso naturalmente, no qual navegaremos e viajaremos por onde essas águas nos levarem, sem cobranças e revoltas. Pelo contrário, com muita aceitação, luta, força e fé! Beijos meus aos que navegam comigo por mares revoltos ou águas calmas. Vera Helena, sempre viva. 16.08.2012

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Tudo e Nada.

Tudo e nada -  Ultimamente o cotidiano da minha mãe tem sido marcado por uma rotina sem alterações significativas. Fato esse que me leva a refletir sobre o título desta postagem. Temos tudo e nada ao mesmo tempo! Há sempre o anseio de um evento inédito a nos fazer pulsar pela vida. Entretanto, o repetir dos fatos embute a minha escrita permeada de novidades.Na contrapartida, temos o seu sorriso vibrante a receber quem dela se aproximar. Simultaneamente, esse sorriso pode se transformar num olhar distante, numa crise de mau humor, no balbuciar de músicas, poesias e lembranças de tempos idos ... E assim vamos nós, os companheiros dessa luta na qual entre sucessos e insucessos nos orgulhamos de estar mais juntas para as experiências que o dia a dia nos proporciona. Um beijo e paz, muita paz. 01.08.2012