Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

22/11/11 SILENCIO E NOVAS POSSIBILIDADES.Conforme mencionado, o silencio tem sido o sinal mais visível na minha mãe. Silencio nas palavras, nos gestos dando lugar a um desejo de deitar e dormir, sempre alegando sono e cansaço.
Mas, como digo sempre, eu insisto sobre outras janelas que podem e devem se abrir no processo degenerativo da doença da minha mãe amada. Então, com atenção e escuta sensível, percebi um brilho diferente e mais intenso no olhar dela. Entendi que esta é a forma que ela encontrou de se comunicar.Diante disso, o que fazer, como proceder para gerar comunicação possível? Decidi olhá-la também com a profundidade e amor que sou olhada, verificando que há tempos eu não olhava de forma tão vibrante como nos olhamos agora. E assim vamos nós, brincado de amar dentro do amor possível, mas amor gentil e verdadeiro. Saudações da Vera sempre viva.

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28/11/11 - O SILENCIO NAS RELAÇÕES: criar é preciso!Tenho observado que a cada dia, salvo algumas exceções,  minha mãe silencia gradativamente seguindo a literatura médica sobre Alzheimer e seus estágios. No dela, o silencio tem sido frequente, junto com um caminhar lento, dificultado pela rigidez dos músculos, solicitando dos cuidadores mais força e destreza, sobretudo mais cuidado no trato diário desde as funções mais simples até as mais complexas.
Também acredito nas substituições, sempre possíveis se tivermos boa vontade e critatividade!
Diante desse cenário, fiquei pensando numa outra maneira de comunicação com minha mãe querida. Particularmente no mes e comemorações que se aproximam, refleti sobre uma maneira de materializar o tempo de Natal com minha mãe e fazermos disso os votos de Feliz Natal. Principalmente os dela aos nossos amigos, parentes e amigas dela dos tempos sancarlenses...
Atitudes tomadas: busquei mensagem natalina que sei, ela gostaria de compartilhar. Digitei, pois minha mãe perdeu a habilidade de escrever... A professora aposentou lápis e cadernos... Mas era preciso que a marca da minha mãe fizesse parte da mensagem. Lembrei-me da alegria que sinto quando peço um beijo,  juntamente com o beijo da benção na minha chegada e partida. Deixei um espaço reservado no papel que redigi. Num momento oportuno, passei batom nos seus lábios, da cor que ela aprecia e pedi que beijasse o papel no lugar reservado para tal. Pronto: a mensagem saiu!Brevemente os nossos amigos e parentes receberão um beijo da minha mãe como presente-lembrança de FELIZES FESTAS! Até breve! Vera, sempre viva.

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