Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Lições de vida em vida - Sempre que posso me disponho a  ficar com minha mãe. Isso acontece quase que diariamente. O abatimento e fragilidade dela se intensificam a olhos vistos. Aceitar o imutável  e proporcionar qualidade em todos os segmentos possíveis prossegue dentro da estrutura que dispomos. Dias desses, passeava com ela empurrando a sua cadeira de rodas. Dialoguei e cantei o diálogo e sons possíveis. Silenciei o silencio afetuoso e cúmplice, entendendo os sinais emitidos, bem conhecidos na nossa relação. E num determinado momento, deixei de caminhar e paramos num local comum e coletivo das senhoras do local. Observei minha mãe com carinho, também com o objetivo de avaliar se ela estava confortável e segura. O dia estava frio e chuvoso. Verifiquei que ela estava suficientemente protegida pela roupa que usava. O sentimento despertado foi de tranquilidade e de um despojar de qualquer tipo de culpa. Subitamente, lembrei-me do jeito de ser da minha mãe, que raramente se queixava ou lamentava, ainda que com muitos motivos para o fazê-lo. Sempre disposta, alegre, disponível aos que dela necessitassem, muito fiel ao que lhe relatavam, angariando com isso, o afeto de todos. Com isso, frequentemente era convidada para eventos diversos já que a sua presença era desejada e esperada nos mesmos. Naquele relance- fração do tempo, constatei que ela sempre se agarrou ao que a vida lhe ofereceu e compreendi que aprender com o seu exemplo consiste na melhor lição e tarefa que posso levar comigo. E assim sigo eu, num caminhar e ritmo de um tempo que me sugere muita reflexão, aceitação,paciência e paz! Sobretudo, muita fé! Beijos da sempre viva Vera Helena. 09/07/2012.

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