Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Na rotina do dia a dia: o sal e o mel - Sabe aqueles tempos em que temos a impressão de que tudo caminha igual? Assim tem sido o meu relacionamento com minha mãe. Nada melhor e fazendo o possível para debelar o pior, que também tem se alternado e nos mantendo numa zona de conforto razoável. Busco alternativas para romper o silencio que se instala de forma acentuada nas ações cotidianas da minha mãe. Sempre em busca de caminhos a sugerir para as cuidadoras, a fim de que não se aquietem também. Vez ou outra recebo um sorriso, depois de muita insistência e às vezes até relembrando à minha mãe como se sorri, pois percebo que até esse comando tão natural está a se perder no universo indecifrável dessa doença. Rimos sempre quando, muito irritada e lacônica, minha mãe revela um sorriso muito bravo a fim de que eu não peça mais por ele. Mesmo assim pacientemente eu retribuo com o meu sorriso e aí ela reproduz o que ensinei e sorri um pouquinho, que para mim, assume uma proporção grandiosa. Busco cantar, recitar e relembrar fatos que ela ainda se lembra, mesmo que seja só para mencionar e completar algumas frases ou palavras que sinalizam para um mundo que a cada dia se despede do meu e isso me angustia. Ao mesmo tempo, celebro esses pequenos gestos, que nos une e nos mantém vivas na vida possível. Beijos e saudações aos que me seguem. Vera Helena, sempre viva. 17/04/2013.

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