Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

sábado, 4 de maio de 2013

Músicas inesquecíveis numa tarde inesquecível!- Quando minha querida amiga Irene aventou sobre a possibilidade de tocar piano por algumas horas no lugar onde minha mãe vive, achei a ideia esplendida.Consultei a responsável do local que acenou positivamente. Pensamos até num dia mais próximo ao dia das mães. Mas, pensando melhor, refleti que muitas delas não sabem mais quando se comemora esse evento. Então, decidimos que o mais adequado seria marcar logo. Tudo ficou melhor quando Irene me comunicou que o seu irmão, sanfoneiro profissional, também iria. Que tarde memorável! Todas arrumadas para  um "dia de festa", alegres, participativas e muito cantantes. Muitas surpresas aconteceram: quando no musical denominado "volta ao mundo", com canções alusivas à diversos países, assistimos a gestos felizes que com certeza valeram por muito tempo de caminhada! A senhorinha que só percorre seu trajeto com o andador, esqueceu-se dele e pôs-se a bailar, pedindo parceiras para tal. A outra, bastante abatida por eventos últimos, dançou como uma pluma, não cessando de buscar os seus pares para o baile. Outras, cadeirantes e com movimentos limitados, se movimentavam como o corpo permitia, mas todas indistintamente dançaram da maneira possível. Não havia como não se emocionar e vibrar de contentamento! Lembrei-me de um vídeo sobre envelhecimento e Alzheimer, no qual um profissional afirmava que a musicalidade é um dos últimos arquivos que o portador perde no decorrer da doença, fato esse que pude constatar indubitavelmente. Nesse dia, minha mãe teve momentos em que o seu humor oscilou muito, ora demonstrando medo, olhar assustado e atemorizado e noutras muito participativa, cantando e/ou batendo palmas no ritmo da melodia que estava sendo tocada. Reconheço que a ideia de anteciparmos a comemoração do dia das mães foi providencial, pois algumas das senhoras que estavam saudáveis naquele dia, hoje encontram-se com a saúde bem comprometida. E a cada dia aprendo um pouco sobre a vida, seus diferentes momentos e expectativas. Concluo que quando falamos de pessoas da terceira e quarta idade, o que importa e merece ser considerado e viabilizado é o que diz respeito ao tempo PRESENTE ao aqui e ao agora. No mais, corremos o risco de nos frustrarmos dada às mudanças que o corpo e a saúde impõem no cotidiano da vida de cada um. Sem mais, despeço-me dos meus amigos caminhantes deixando um abraço carinhoso. Vera Helena, sempre viva.04/05/13.

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