Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

terça-feira, 18 de junho de 2013

Na incerteza: a certeza da alegria e da tristeza. Escolhi este título para o pequeno relato a ser transcrito em decorrência de situações vivenciadas com certa frequência. Explicando: sinto que todos desejam viver muito mais tempo. Atitude a ser louvada e seguida pelos amantes da vida. Entretanto, escolhe-se discutir muito pouco sobre o ato de envelhecer, sobremaneira quando este envelhecimento vem acompanhado de problemas de saúde crônicos e/ou irreversíveis.Adolescer(???) continuamente tem sido a meta de vida de muita gente que cruzo pelos caminhos que percorro no cotidiano da minha vida. O que diz respeito às questões do envelhecimento, via de regra restringe-se somente a pontos de vista elaborados, sem espaço para furar conceitos previamente definidos.Sinto que uma maré de otimismo se propaga sobre esse tema, mas sinto também que há um movimento de blindagem ao envolvimento e comprometimento quando essa demanda acontece com pessoas ligadas diretamente a um velho portador de alguma doença. Nesse trajeto, o sentido da ação do CUIDAR, vem carregada de medidas que na realidade, servem para manter o afastamento daqueles que deveriam promover os cuidados necessários às necessidades reais do momento. Fato é que persiste uma mentalidade impregnada de noções estabelecidas, sem espaço para mudanças. Medo de assistir mais de perto a possibilidade da finitude? Medo de alterar rotas escritas numa agenda definitivamente imutável? Que pena! Porque são estas mesmas rotas que nos trazem  surpresas agradáveis surgidas como decorrência dos cuidados realizados por parte daqueles que decidem enxergar o problema e aceitar os desafios e transformações que ele suscita. Concluo afirmando que, há tristeza quando se constata esse pensamento arraigado sobre a velhice numa maioria, que acomodada, fica impedida de, na incerteza do dia a dia, vibrar quando a melhora do portador acontece, às vezes surpreendendo a todos por estar contra alguns preceitos ligados ao curso natural do desenvolvimento da doença. Por outro lado, registra-se  a alegria de quem se permite cuidar e promover qualidade de vida, numa vida da qual não temos o direito de nos negarmos a promover o inusitado; ainda que sem parceiros para brindar e celebrar vitórias em lutas declaradas como perdidas.  Espero ter atingido o objetivo desse meu registro, que particularmente hoje assume características de um verdadeiro desabafo. Saudações e gratidão terna e eterna da Vera Helena, sempre viva. 18/06/2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário