Tempo da Sonda: permanências e mudanças - Há quase sete dias, minha mãe tem feito uso da sonda naso enteral para se alimentar. Tal ação decorre do fato dela apresentar dificuldade de deglutição, acarretando com isso um estado de desnutrição e desidratação constantes. Apresentou resistência a esse elemento estranho no seu organismo e lentamente tem se "adaptado" ao mesmo. Muitas reações tais como: retirada da sonda diante do desconforto gerado, seguida da sua reintrodução por um profissional específico, queda de pressão diária, ocasionada pela dieta ingerida, sem sal na sua composição.A ingesta de água de coco tem sido o recurso utilizado para amenizar a sonolência surgida. A respiração sofreu alterações, realizada mais pela boca, promovendo um ruído estranho. Em meio a toda uma estrutura diferente e nova, busco aprender e operacionalizar as exigências desta fase em meio a acertos e deslizes oriundos desse tempo de mudanças.
Nesse cenário, torna-se inegável afirmar que estamos enfrentando mais mudanças que permanências. E no caso dessas últimas, minha mãe tem resistido com bravura e força, ainda que com alterações , como no caso da perda de peso constante, surgimento das escaras, dentre outras que vamos driblando frente às possibilidades que dispomos. Mas, ainda recebo a resposta ao meu pedido de benção, com uma voz rouca e baixa, um sorriso diferente, pois as próteses dentárias foram retiradas ( estavam largas, promovendo ferimentos ), mas sempre o sorriso sereno da minha sempre mãe querida e cada dia mais amada. Atualmente, sinto minha mãe cada dia mais fragilizada e dependente de mim e das cuidadoras, constantemente investidas de muita boa vontade e dedicação. E a cada dia que nasce, vêm comigo a força e energia necessárias para os desafios que esse tempo espinhoso e fecundo tem reservado para o nosso crescimento e cumprimento das missões que nos foram delegadas. Beijos e gratidão aos queridos que escolhem caminhar pelos meus caminhos. Vera Helena, sempre viva. 14/11/13.
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