Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Memória e memórias possíveis no Alzheimer - Diante do inexorável, fazer uso da criatividade é imperativo para manter atividades básicas do portador de Alzheimer. Nesse caso em específico, abordo sobre o ato de falar, porque mantê-lo significa garantia de outras ações subsequentes, necessárias também para uma vida sem sofrimento e privações além dos que já se instalaram.Como artíficio, faço uso das recordações registradas e colhidas tempos atrás. Refiro-me aos assuntos variados que compuseram a existência da minha mãe querida. Exemplos: relatos sobre sua cidade natal, abarcando a arquitetura ( moradia, igrejas, cinemas, escolas, praças, cemitério, etc...) com os seus personagens, cenários e histórias. Hoje, em meio ao silencio que se apossa do cotidiano da minha mãe, consigo sinais de  diálogo quando conversamos sobre os seus pais, irmãos ( todos já falecidos), músicas e anedotas vindas da memória possível da minha mãe. Inclusive, com lembranças das realizações desses familiares, proferidas e impressas, que hoje me aproprio para o nosso prosear, que pode ser mais estendido, curto, instigante e reconhecidamente salutar. A cada 5 minutos, retomo as mesmas lembranças, que para ela, despontam como novidade. Ao me retirar do lugar e me despedir dela, sinto-me aliviada e feliz por termos conseguido manter viva a habilidade de recordar e viver instantes de vida possível. Com carinho.Vera Helena, sempre viva. 12/02/2012.

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