Quem sou eu

Meu nome é Vera Helena. Meu interesse e objetivo consiste em conversar e trocar impressões e experiências sobre Alzheimer. Minha mãe, (foto acima) é portadora desta patologia e acho importante que a troca exista no sentido de acrescentar conhecimentos e gerar espaços para desabafos entre cuidadores, assim como eu. Dentro do que me proponho oferecer, sinto - me capaz de abordar sobre cuidadores, suas relações com o portador e familiares e sobre o cotidiano que envolve a todos os implicados nessa causa. Para saber mais, em cada segmento há uma justificativa desenvolvida com o objetivo de ajudá-lo. Julgo oportuno mencionar que passado algum tempo, percebo que hoje possuo um trajeto impregnado de experiências diversas pois os desafios acontecem todos os dias. A necessidade de dialogar com pares aumenta a cada dia, pois há momentos em que a solidão e a impotência invadem minha vida! Que tal olharmos para este tema com mais proximidade e conversarmos sobre Alzheimer? Pensem nisso e sobre isso...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sintomas do Alzheimer- engessamento do cuidador - Dentre os sintomas do Alzheimer, a perda da memória recente, caracteriza-se como um dos mais frequentes. Como tal, requer uma dose excessiva de paciência por parte dos cuidadores, porque nas suas  reações são submetidos à mesma pergunta uma série de vezes no mesmo dia. Da parte do portador, geralmente o raciocínio segue o seu curso como se ele estivesse normal, pois não tem consciência desta perda. Deixando mais claro, cito um exemplo ocorrido com minha mãe. Cada vez que mencionamos a necessidade dela tomar banho e lavar a cabeça, ela insiste que não precisa porque tomou banho "ontem", que para ela faz sentido. Na contrapartida, este banho precisa ser efetuado. Administrar esse desafio requer muito jogo de cintura e criatividade, juntamente com a necessidade de não se levar nada para o lado pessoal. Falo isso, porque com esta negativa, podem ocorrer atitudes agressivas por parte do portador, sejam elas verbais (com o uso de palavras nunca proferidas) ou através de investidas físicas sobre o cuidador.No caso da última reação, é preciso interromper esse ciclo e depois persistir no objetivo.Sobre isto, eu tenho notado que, em alguns dias a cuidadora se fragiliza e não realiza a atividade a ser feita, alegando estar chocada com o comportamento da minha mãe. Creio que com esta breve esplanação, podemos verificar o quanto é importante o cuidador estar fortalecido para o enfrentamento de situações como esta. Operacionalizar a tolerância, o diálogo, a escuta e a insistência de que a atividade precisa ser desenvolvida, impõe também  paciência excessiva àqueles que se relacionam e de certa forma  dirigem (?) cotidianamente os cuidadores.Inclusive, para avaliarem se de fato este cuidador possui um perfil compatível às exigências específicas requeridas para a lida diária com o portador de Alzheimer. Desafios que nos abatem, fortalecem e  promovem reflexões com muitas perguntas e poucas respostas. Diante disso, fico extremamente preocupada com a formação desses indivíduos essenciais aos cuidados de portadores de Alzheimer, num país como o nosso em que o envelhecimento se intensifica, sem uma estrutura pública ou particular preparada para esta demanda. Fotografia muito triste ... Beijos meus. Vera Helena, sempre viva. 01/02/2012.

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